Quais são os hábitos que atrapalham nosso caminho para sermos grandes comunicadores?

Livia Bello

| CEO The Speaker

Muito prazer, meu nome é Lívia Bello, sou CEO e Fundadora da The Speaker, uma empresa que é referência em comunicação e oratória no Brasil.

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Quais são os hábitos que atrapalham nosso caminho para sermos grandes comunicadores?

Olá, Speakers! Como vocês estão?

O caminho para nos tornarmos excelentes comunicadores é pautado, sobretudo, na prática e nos estudos. Como sempre faço questão de ressaltar, a boa oratória não é um dom, mas uma habilidade que desenvolvemos com a prática e a orientação de profissionais realmente capacitados no assunto.

Nesse caminho, no entanto, existem alguns hábitos que atrapalham a nossa evolução, hábitos esses que são mais comuns do que imaginamos. 

Pensando nisso, no artigo de hoje, vou falar um pouco mais sobre quais são esses hábitos e o que fazer para nos libertarmos deles. Confira e saiba o que está impedindo você de ser um grande comunicador! 

  1. Eu sei

O “eu sei” é um dos grandes empecilhos para quem quer ser um grande comunicador, já que essas duas palavras resumem a pouca habilidade de ouvir e a enorme resistência em aprender algo novo. 

Esse hábito – ou vício, como preferirem – interfere diretamente na nossa capacidade de ouvir, essencial em todo processo comunicativo. Um bom comunicador é aquele que consegue ouvir a sua audiência (seja ela as pessoas da plateia, seus clientes ou aqueles que fazem parte do seu dia a dia). 

Essa capacidade de ouvir os demais não é apenas uma mostra de respeito e comunicação, mas, ao mesmo tempo, uma demonstração de Inteligência. Em um debate, por exemplo, prestar atenção no que o outro diz é uma forma eficaz de conhecer seus argumentos e ideias e, a partir deles, planejar a própria contra argumentação. Pensem nisso! 

Julian Treasure é uma das referências contemporâneas em comunicação. Segundo ele, o hábito de “já saber” leva ao chamado “monólogo brilhante”, que acontece quando as pessoas estão tão preocupadas em parecer geniais em suas falas que acabam perdendo a capacidade de ouvir, prejudicando, assim, a comunicação e o bom desempenho que poderiam ter. 

  1. Eu nunca erro

O “eu nunca erro” ou o “eu estou sempre certo” é outro vício que interfere diretamente no caminho para sermos bons comunicadores e está bastante relacionado ao que discutimos no tópico anterior. 

A necessidade de sempre ter razão atrapalha muito – e em várias ocasiões. Uma das consequências mais visíveis é o significativo aumento do nervosismo. As pessoas que pensam ou querem estar sempre certas não admitem que podem errar e, em situações de exposição de fala, acabam se sentindo mais nervosas do que as demais.

Da mesma forma, o diálogo com quem está na plateia (ou com colegas de trabalho e clientes, por exemplo) é prejudicado. Uma das formas de reter a atenção do público, especialmente em apresentações mais longas, é abrir espaço para debates. O comunicador que pensa estar sempre certo corre o enorme risco de se sair mal nesses momentos, já que tem pouca – ou nenhuma – capacidade de escutar e aceitar outros argumentos e opiniões. 

O “eu nunca erro” também gera um hábito MUITO prejudicial: o de interromper os outros. Tanto no dia a dia quanto em situações de exposição de fala especificamente, esse hábito é bastante negativo. Interromper alguém, apenas pelo constante desejo de mostrar que somos nós os detentores da razão, interfere na nossa imagem pessoal e acaba demonstrando pouco profissionalismo.

  1. Eu sempre tenho que agradar aos demais

Ser percebido como alguém que pensa nos outros é ótimo, não é verdade? No entanto, há uma linha tênue entre ser agradável e ter o desejo de sempre agradar aos demais, omitindo, para isso, nossas verdadeiras opiniões.

Um bom comunicador é aquele que consegue expressar seus argumentos e ideias de forma clara, sem ser autoritário ou audacioso para isso e, principalmente, sem dizer sim quando, na verdade, queria dizer não. 

Concordar com opiniões que, na verdade, não vemos como certas não é ser um bom comunicador. Ao contrário, é ter medo de discutir ideias, acreditando que essas discussões acabam interferindo na imagem de “agradáveis” que os outros têm de nós.

Speakers, não confundam: é possível ser agradável e, ainda assim, defender as nossas opiniões e aquilo que acreditamos. Basta estarmos preparados, apresentarmos dados concretos e discutir ideias, sem deixar que um conflito de opiniões se torne um confronto pessoal. 

No ambiente profissional, sobretudo, concordar sempre com os colegas de trabalho ou mesmo com os chefes não é visto como algo positivo. Pelo contrário, o profissional que consegue defender seus argumentos com coragem é o que tende a crescer em sua trajetória. Pensem nisso! 

  1. Eu sou neutro

A máscara da imparcialidade é outro hábito que prejudica nosso caminho para sermos excelentes comunicadores. Não são raras as vezes em que vemos discussões na web sobre a necessidade de estarmos sempre felizes, especialmente nas redes sociais.

No entanto, isso também acontece no ambiente corporativo, quando, muitas vezes, não há espaço para que os colaboradores demonstrem suas emoções, sejam elas negativas ou positivas. 

Os profissionais acabam levando essa postura para as situações de exposição de fala, por acreditarem que uma postura imparcial os faz melhores comunicadores. Paradoxalmente, se analisamos os principais discursos da história, vemos que eles estão carregados de emoção e os comunicadores demonstram, através da sua fala e suas expressões, que realmente se importam.

Ao transmitir suas emoções, o que esses comunicadores fazem é criar uma ligação com a audiência, despertando, nessas pessoas, a empatia. 

Dessa forma, Speakers, nas apresentações em público – ou outras situações de exposição de fala –, não tenham medo de demonstrar emoções. Obviamente, de uma forma adequada, coerente com o contexto em que se encontram.

Para falar sobre isso, costumo contar o exemplo de uma das minhas clientes. Ela fez uma apresentação em sua empresa e, ao falar sobre números negativos de rendimento, não demonstrou nenhuma emoção através de suas expressões faciais. Ao permanecer neutra, acabou transmitindo a imagem errônea de que não se importava com tais números, despertando, assim, a desconfiança de colegas e líderes. 

 

Quando pensamos na lista de hábitos e costumes prejudiciais a uma boa comunicação, esses são alguns dos principais. Agora que você já os conhece, identifique quais fazem parte do seu dia a dia e pense em alternativas para superá-los. Os resultados serão muito positivos, não tenham dúvidas. 

 

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