Vícios da fala: como e por que evitá-los em suas apresentações?

Livia Bello

| CEO The Speaker

Muito prazer, meu nome é Lívia Bello, sou CEO e Fundadora da The Speaker, uma empresa que é referência em comunicação e oratória no Brasil.

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Vícios da fala: como e por que evitá-los em suas apresentações?

Oi, Speaker! 

O que você pensaria se eu começasse este artigo da seguinte forma: “hum, hoje eu vou falar, tipo, sobre os vícios da fala, né? Daí, é, vou explicar, é, como são, tipo, prejudiciais à sua imagem, né”?

Soaria, no mínimo, estranho, não é verdade? 

É fato que, aqui, eu uso a linguagem escrita, na qual os vícios de linguagem são muito mais evidentes e “condenáveis”, por assim dizer. Contudo, quando você está em uma situação de exposição de fala, também está em evidência. 

Não é à toa que apresentações, entrevistas, reuniões, conferências online, discursos e tantas outras situações são chamadas de “situações de exposição de fala”. Nelas, vamos expor nossa mensagem, mas também a nós mesmos. 

Os vícios de fala podem influenciar negativamente a comunicação, já que interferem na maneira como somos percebidos pelas pessoas. Em alguns casos – geralmente mais extremos –, podem, inclusive, prejudicar a compreensão do que se diz.

Será que você tem alguns vícios desse tipo? Caso sim, o que fazer para evitá-los?

É sobre isso a nossa conversa de hoje. Boa leitura, Speaker! 

Vícios da fala: quais são os mais comuns?

Há uma série de vícios de linguagem. Se você forçar a sua memória, pode ser que ainda se lembre deles, das aulas de Língua Portuguesa no colégio. Os vícios da fala, por sua vez, são vícios de linguagem característicos da expressão oral. 

Entre esses vícios, três são os mais comuns: 

– Barbarismos: esse tipo de vício está ligado à pronúncia das palavras, como: “pobrema”, “iorgute”, “mortandela”. Em apresentações em público ou situações similares, os barbarismos ficam muito evidentes.

– Solecismo: são, sobretudo, erros de concordância ou regência. Dizer “fazem três meses” no lugar de “faz três meses” é um exemplo. Outro é “houveram pessoas que”. É importante conhecer a forma correta e utilizá-la.

– Repetição de palavras: terminar todas as frases com “né?”, ou começar todas as frases com “e aí”, repetir “tipo”, “ok”, “então” e tantas outras possibilidades são exemplos comuns desse vício da fala. 

Por que evitar os vícios na sua fala?

A língua e a linguagem são diretamente ligadas a fatores culturais e é importante ter isso em mente quando se tratam de assuntos como a linguagem coloquial ou, até mesmo, os vícios da fala. 

Na linguagem oral especificamente, há mais flexibilidade na aceitação dos chamados vícios de linguagem e de outros desacordos em relação à norma padrão. Contudo, é imprescindível considerar que esses vícios afetam a maneira como somos percebidos.

Para profissionais que têm que lidar com situações de exposição de fala (líderes e gestores, por exemplo), existe uma necessidade de estabelecer uma relação de confiança com a audiência. É preciso transmitir autoridade.

Quanto a isso, nesses cenários específicos e em alguns outros, os vícios de linguagem podem interferir negativamente na imagem profissional e nessa relação de confiança que se deseja criar. 

Como saber se você tem algum vício na sua fala?

Já vimos alguns dos principais vícios da fala e por que é importante evitá-los em situações de exposição. Mas, afinal, como saber se você tem um vício de linguagem? 

Eu aconselho três alternativas para isso:

  1. Grave-se em vídeo e analise a sua comunicação, prestando atenção se há algum padrão. Se há, veja se é um vício ou não é;
  2. Peça um feedback sincero a alguém em quem confia (e que entende, ainda que minimamente, de comunicação);
  3. Faça um treinamento em oratória. Nele, você será analisado por um especialista e poderá identificar se há vícios e o quanto interferem na sua imagem.

A terceira opção é a mais completa, afinal, nada substitui um acompanhamento profissional especializado. No treinamento, além de identificar vícios, você terá acesso a ferramentas para evitá-los. 

O que fazer para evitar vícios da fala em suas apresentações?

Como eu disse no começo deste artigo, estamos em uma posição de evidência em situações de exposição de fala. Se temos um vício da fala, ele será notado público ou pelas pessoas com quem dialogamos. 

Algumas formas eficientes de evitar os vícios da fala são: 

  1. Identifique o problema

Como evitar algo que sequer sabemos que existe? Logo, o primeiro passo é verificar se você tem algum vício de fala e qual é ele (ou quais são eles). Para fazer isso, utilize uma (ou mais) das três alternativas que eu citei no tópico anterior.

  1. Planeje a transição das informações

Os vícios de fala costumam aparecer quando o comunicador sente que precisa de uma pausa, especialmente nas transições entre um tópico e outro. Se você planejar essas transições, diminuirá as chances de que esses vícios apareçam. 

  1. Saiba usar os silêncios (as pausas ativas)

Assim como aparecem nas transições, os vícios da fala são comuns em momentos de silêncio. Muitas pessoas não suportam esses segundos de pausa e desconhecem a sua enorme importância.

As pausas intencionais têm um peso enorme na comunicação e, se bem utilizadas, são boas estratégias para reter a atenção, dar emotividade a um trecho e tantos outros efeitos possíveis. 

  1. Pratique

A melhor forma de lapidar sua comunicação é praticando. Se você tem um evento próximo, como uma entrevista ou um discurso, dedique-se ao máximo para se planejar e para praticar a sua performance.

  1. Saiba lidar com o nervosismo e o medo de falar em público

Outra razão para aparecerem os vícios da fala é o nervosismo, ligado diretamente ao medo de falar em público e à ansiedade que isso causa. Quanto mais preparado você estiver, mais fácil será lidar com o nervosismo. Pense nisso!

Para destravar a sua comunicação, é importante aprimorar a maneira como se comunica e isso inclui superar os vícios da fala, ganhando muito mais autoconfiança e rompendo com padrões negativos ligados à sua expressão.

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